Planalto
- Duração : 30' |
- Lingua : Português e Mirandês |
- Suporte de captação : HDV
Planalto Mirandês, séc.XXI. Manuel, um jovem adulto filho de pai português e mãe angolana é atormentado pelo trauma da guerra, sonha com um país perfeito, onde o (re)nascimento é a paz aos olhos dos humanos. “O sonho é um bocadinho diferente da realidade, a questão é essa”. Em Portugal encontrou paz mas foi confrontado com o outro lado do sonho no seu exílio forçado. Herculano, veterano da guerra colonial e de etnia cigana, viaja na sua carroça puxada por uma mula, recolhe o que resta de uma sociedade que chegou ao limite de uma abundância suicida, enquanto trauteia músicas reminiscentes da sua participação forçada na guerra colonial.
Um homem caça, um burro morre e as máquinas invadem o plano. A ausência e a perda são temas que atravessam todo o filme, assim como as relações com um passado colonial, o colapso civilizacional e a extinção biocultural. A justaposição desses elementos e a presença de acontecimentos vitais comuns à vida dos animais e dos humanos, reprodução, nascimento e morte servem para pontuar dramaturgicamente e transcender a separação entre o humano e o animal.
Gonçalo Mota
Gonçalo Mota (n. 1979) colabora com várias instituições e colectivos informais nos cruzamentos entre cinema, artes performativas, antropologia e ecologia. Estudou Antropologia em Miranda do Douro (UTAD) e fez o master em Cinema Documental na Universidade Pompeu Fabra (IDEC).